Estaus era o nome que antigamente se dava às hospedarias ou estalagens. Os Estaus de Tomar foram mandados construir pelo Infante D. Henrique, no primeiro quartel do século XV, naquela que era, na época, a rua principal da cidade.

Com esta obra, pretendeu o Infante providenciar poiso aos feirantes e forasteiros que aqui se deslocavam para participar na feira franca local, assim como a alguns visitantes da pequena nobreza e aos criados dos Mestres da Ordem de Cristo.

Os Estaus eram compostos por dois edifícios distintos, idênticos, de frente um para o outro e com a rua, cuja largura seria de cerca de 17 metros, a separá-los. Cada um deles possuía uma bonita arcaria gótica composta por arcos ogivais e formando, no seu interior, uma galeria. Desta hospedaria medieval quatrocentista, restam apenas alguns vestígios que podemos, nos dias de hoje, observar nas esquinas da atual Estrada Nacional 110 (Rua Torres Pinheiro) com a Rua dos Arcos e com a Rua da Saboaria. São eles os arcos ogivais de um dos edifícios, hoje incorporados na frente de um prédio urbano, assim como dois arcos isolados, num pequeno jardim em frente.

Pelos desenhos de reconstituição destes edifícios, calcula-se que fossem 16 os arcos da construção original. Seriam, pois, duas longas arcadas que percorriam a rua, de frente uma para a outra, formando um conjunto arquitetónico imponente e esteticamente muito interessante. A verdade é que esta obra não chegou a ser acabada. Estudos concluem que se os edifícios dos Estaus tivessem sido terminados, teriam um total de 38 arcos, sendo 16 os que davam para a Rua dos Arcos.

Estes arcos apresentam grandes semelhanças com os arcos do Claustro da Lavagem do Convento de Cristo, ainda que num estilo gótico um pouco mais sóbrio, sendo que as siglas existentes nas cantarias são as mesmas, o que permite concluir que terão sido obras realizadas pelos mesmos pedreiros.

Era, também, neste espaço que funcionava o antigo bazar judeu, ficando os mercadores abrigados no espaço das galerias, sob as arcadas. Em meados do século XIX, alguns destes alpendres eram ainda utilizados por ferradores.

Os Estaus de Tomar são classificados como imóvel de interesse público desde 1946.